Idéias apagadas
- Quadro negro e giz são símbolos não de aprendizado, mas de chatice. A escola está fora da realidade dos jovens em instrumentação, temas, abordagem.
É reveladora a conclusão da reportagem de Antônio Góis e Luciana Constantino, ontem nesta Folha, de que 40,44% do 1,7 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que deveria estar estudando se mantêm fora da sala de aula porque querem. Apenas 17,11% apontam a necessidade de trabalho como razão para deixar os estudos.
O imperativo econômico é acachapantemente derrotado pela incapacidade institucional da escola de mostrar-se, se não prazerosa, ao menos necessária ao jovem entre 15 e 17 anos. Não é uma questão de linguagem. Os jovens estão aí escrevendo "kd", "vc","blz" e "naum" em blogs, em e-mails e em mensagens via celular. Será um problema esse uso despojado e limitado da escrita? Se for, é infinitamente menor do que o enfrentado por um professor que está em uma sala de aula-estruturalmente a mesma há centenas de anos- concorrendo na busca da atenção do jovem com tecnologias informativas que se renovam, se moldam e se multiplicam diariamente, em escala mundial.
Uma idéia na cabeça e um giz na mão é uma imagem quixotesca de professor. Não adianta ficar em frente ao quadro explicando aos jovens a existência de moinhos de vento tão-somente. Moinhos não mais existem, num mundo em que dom Quixote procuraria a amada Dulcinéia em uma página do Orkut.
“Os professores eram muito chatos. Não sabiam explicar nada e repetiam todo mundo", afirmou à Folha uma jovem que deixou a escola aos 16 anos e em seguida engravidou. O desafio do sistema educacional é apagar essa idéia de chatice. Será preciso algo infinitamente mais complexo do que um simples apagador de giz.
Folha de São Paulo
Reproduzo o texto da Folha por concorcordar e achar oportuno.
O governo e as instituições não se dão conta que a escola não oferece nada que seja atrativo ao aluno. Simplificando ao máximo, 99% delas não têm nem um quintal pra se bater pelado nos intervalos.
6 Comments:
O pior é o telecine ter às sextas feiras o tal cyber movie com legendas nessa bosta de linguagem.
Estou connvidando para participar de uma blogagem coletiva no dia 2 de agosto. Maiores informações no Jus Indignatus.
Moitinha
Professor, giz, apagador são coisas chatas mesmo, diante de power point, enter e delete. Só um dos muitos exemplos da melhoria na atratividade que poderiam haver.
Beijokas
desvendei o mistério do acidente! vou ganhar o pulizter!
Infelizmente, a esmagadora maioria das escolas públicas do país só oferecem aos alunos professor e giz. Mas nenhum de nós que também estudamos com essa "pedagogia" culparia o giz pelo fracasso da educação! Um professor competente e envolvente, com argumentos interessantes, consegue manter a atenção do aluno mesmo com giz... O que falta é dar um sentido às aulas e não apenas despejar a matéria na lousa.
Quanto à Folha, deveria parar de bater sempre na mesma tecla - a escola chata e frustradora - para mostrar algo muito mais grave: a AULA VAGA de 30% e a violência de muitos profissionais da educação contra os alunos, principalmente na rede pública, onde os pais não reclamam por medo de represálias e perseguições. Leia no EducaFórum o caso que nos foi relatado pela mãe de uma criança de pré-escola PARTICULAR e tente imaginar como é na rede pública...
Já comentei sobre isso também ... é um assunto pesado que me deixa p. da vida. e a tendência é piorar ...
boa semana!
Moita...
Naum é só um quintal pra correr pelado q lhes falta, falta algu muito mais importante do q ter. E isso ninguém pode lhe dá ou emprestar. o QUERER!Portanto a educação será sempre assim vilã, xata e repetitiva.
Beijos Poéticos.
;**
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