Estou repetindo um Post, até por falta de tempo, que acho oportuno.
José Cavalcanti, (1918 -1994) político Paraibano, Prefeito, Deputado, era muito engraçado e sarcástico.
Deixou a política e passou a relatar as suas entranhas, escrevendo sobre ela.Escrevera muitos livros entre eles, Potocas, piadas e pilhérias; Casca e nó; Sem peia e sem cabresto; Bicho do cão; Gaveta de sapateiro; Bisaco de cego; Quengada de matuto; Papo furado; Espalha brasas; Rabo cheio; Caga-fogo; Busca-pé; Um setentão; e outros tantos.
Membro da Academia Paraibana de Letras.Essas são de 1969, porem super atuais: uma eleição, primeiro aparecem as dúvidas, depois as dívidas.
Político pobre é como mamoeiro: quando dá muito dá duas safras.
Um político na sela e um eleitor na garupa, o cavalo é do eleitor.
Eleitor de político pobre é como eco: responde, mas não vem.
Político pobre é como jabuti: tem as pernas curtas.
A mula é um animal que deve se sentir ofendida quando a comparam com certos políticos.
Político é um mentiroso inventor; registra patente de tudo que imagina.
Político pra ficar ruim, ainda precisa melhorar muito.
Político não mente: inventa a verdade.
Político pensa uma coisa, diz outra, e faz o contrário.
Quando o político diz que tem dúvidas sobre uma coisa, no íntimo já tem certeza.
A política é cega: o seu guia é o interesse.
A Ambição política é como tosse: ninguém consegue escondê-la.
O triste na política é pensar que o amigo está lhe traindo, e ver que está mesmo.
Político é um sujeito hábil que nunca falha na solução de um caso, se o caso é dele.
Político sabido é o que vende os correligionários e compra os adversários.
O político sempre deixa pra amanhã o que promete hoje.
Quando dois políticos confabulam e negociam, um terceiro será vítima.
Deputado é um sujeito que adora discussão, mesmo sem saber o que discute.
Político é como mandacaru: nem dá sombra nem encosto.
Quem faz política é como quem amassa barro: não tem medo de respingos de lama.
Quem faz política é como quem atira no vôo: só aperta o gatilho na hora certa.
Em política não se tem alternativa: ou engana ou será enganado.
A reeleição é mais uma oportunidade que o povo dá ao político para ele errar de novo.
Política também é uma religião: o poder é o paraíso, a oposição o purgatório e o ostracismo, o inferno.
Governo é como dono de roleta: todos torcem contra ele.
Político é como gato: pede miando e come rosnando.
Governo não faz saneamento básico, porque esgoto é como erro de médico: a terra esconde.
Político, em campanha, é como taxista: se oferece sem ser chamado.
Político é como vendedor de fumo em corda: mede comprido e corta curto.
Bajulação é como moeda falsa: compromete tanto quem a dá como quem a recebe.
Político é como relógio: uns adiantam, outros atrasam, poucos regulam.
A vaidade política é como água salgada: quanto mais se bebe, mais aumenta a sede.
A vaidade é uma inflação do eu.
A inflação é um elevador ao contrario; o edifício é quem desce.
Com inflação alta o povo vive como rato em casa de ferragem.
A criação de emprego é um ótimo calmante pra se baixar a inflação.
O governo pode destinar o dinheiro para investimento ou para propaganda: com o primeiro ele conquista obras para o povo, com a segunda ele conquista povo para o governo.
Em política, a lisonja é como labareda: destrói a quem abraça.
Oposição é como pedra de amolar: afia, mas não corta.
Democracia sem oposição é como casa sem mulher: nela, vive-se triste.
Quem perde eleição é como quem apanha da mulher: não presta queixa a ninguém.
Oposição deve ser tratada como grama de jardim: tem o direito de viver, mas não pode crescer.
Comentário meu:
Nicolau Maquiavel, nasceu em 1469.
Gregório de matos, 1623.Zé Cavalcanti, 1918.
Todos descreveram sobre como agem os políticos ou como deveriam agir.
Estamos em 2008.
Acho que está tudo igual. A mesma malandragem.
Haverá esperança?