MOITA é Engenheiro não é Jornalista - Perdão.

Muito simples, o problema é que vocês jornalistas morrem de medo de produzir notícias.
Produzir, não no sentido de inventar, mas no sentido de deixá-las serem publicadas, fluindo naturalmente numa linguagem natural.

Sinto muito, mas quando um blogueiro, em certos Blogs, dá uma notícia, e diz: isso é uma merda, o jornalista corta. Se falar em culhão, corta na hora, Como se esses termos que eu escrevi não fizesse parte do corpo humano. Corpo inventado por Deus.

Deus inventou a boca e inventou o órgão produtor de espermatozóide, metade da vida, que o povo chama de culhão. Quem inventou um nome “aceitável e diferente” pra esse órgão, provavelmente, tenha sido um jornalista.

Dai a população não acreditar muito em jornalistas. Por vários motivos, o principal é porque eles escrevem como a população não fala. Para os que são habituados a ler jornais, não tem problema.

Os nossos vaqueiros me pedem pra ler pra eles, alegando que as palavras são muito difíceis, e eles teriam dinheiro pra comprar jornal se fosse escrito no linguajar normal. Essa massa de consumidores tende a ser maior do que os que compram regularmente.
E não entraram nesse mercado ainda.

Pasmem! uma ocasião, li a seguinte manchete num jornal cearense:
“Neste período hebdomadário, a situação do lavrador nordestino tornou-se caótica.”
Podendo dizer: Nesta semana, a situação do lavrador nordestino piorou muito.

Os poetas da fase do romantismo e anteriores (sei que esse exemplo é exagerado), pouco são lidos hoje porque você tem que ir ao dicionário quatro vezes pra ler um poema curto.

O outro motivo é que, muita coisa que eles escrevem, apesar de serem notícias que devem ser divulgadas como os escândalos, as falcatruas políticas, crimes etc., são mais combates anacrônicos, explorando o oportunismo, a perseguição e incentivando o deplorável hábito do fuxico.
Concordo com Nahum Sirotski, quando fala sobre um novo conceito de um novo jornalismo.

O novo jornalismo é o chamado jornalismo das notícias positivas, do que de bom acontece numa sociedade. Ele não significa um fim para a obrigação primordial da imprensa que é a de servir a sociedade informando criticamente sobre o que acontece dentro dela e no mundo.

Notícia continua sendo, como na definição clássica, e imbatível até agora, "quando o homem morde o cachorro", o fora do comum. E dentro desta definição cabem as noticias sobre ciência, tecnologias, medicina, porque são sobre o novo, o fora do comum, o que está promovendo a transformação desse nosso mundo e que, de passagem, ainda não mudou significativamente as sociedades. Mas vai mudar.

Alguns dizem, mas eu sou jornalista político, não vou me dedicar a isso. Ignorância. Porque o conceito expresso acima é extremamente e exclusivamente, político! A política é quem gerencia a vida da humanidade.

A nossa idéia de como escrever na imprensa, pode parecer absurda. Mas não esqueço Anatole France quando disse: “As idéias de ontem, por mais absurdas que sejam, normalmente, fazem os costumes de amanhã”.

Graças a Deus, muitos dos jornalistas, ultimamente, estão iniciando a escrever como o povo fala e estão dando notícias de fato.
Parabéns a estes.