A MOITA DO MOITA

A MOITA DO MOITA

Eu só não quero é ter remorso.

24 janeiro 2015

Seca 2
O que mais me preocupa é que os ambientalistas, Verdes, “Eco-verdes”, “Eco-ignorantes” e “Eco-chatos” não põem seus focos no que, de fato, faz diferença.

Já publiquei artigos em jornais, blogs e etc., tentando demonstrar que floresta não faz chuva; mas é a chuva que faz floresta. E as chuvas nascem, quase que exclusivamente, pela evaporação dos oceanos e trafegam, no planeta, pelas correntes de ventos que tem dependência do “El niño” e da viagem da Via Láctea que me re...feri no artigo abaixo.

Os “eco-chatos” deveriam focar sobre a poluição dos rios e nem digo dos lagos, porque os lagos são formados, normalmente, pelos rios.

FAZ VERGONHA faltar água em São Paulo. Quando lá existe um BAITA rio que atravessa toda a cidade que é o Tietê. Porém, você não pode nem por um dedo naquelas águas.
Quase toda merda de São Paulo cai no Tietê. Aí sim eu viro um “Eco-Chato”.

Com um planejamento adequado, bem antes, o Tiete poderia ter água potável, bebível. Mas agora? Somente a longuíssimo prazo.

João Maurício de Nassau-Siegen chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637.
Fez tres coisas importantes: Parou de povoar Olinda e incentivou edificações no Recife à beira do porto; mas perto, mais econômico.

Construiu as pontes indispensáveis para se circular no Recife e, PRINCIPALMENTE, isolou os rios Beberibe e Capibaribe de todos os esgotos da cidade. De sorte que até a década de 1950 (313 anos depois) era possível se tomar banho no Capibaribe.

Com Maurício de Nassau, São Paulo seria abastecida pelo Rio Tietê. Não iria faltar água nunca!!!! rssss
Ambientalistas do Brasil, mudem seu foco. Atualizem-se.
Nassau já era atualizado em 1637. rssss

Seca




Em 1878 choveu 40 mm em Fortaleza e quase nada no resto do Nordeste e muito pouco em todo Brasil. Em Fortaleza, de lá pra cá, nunca mais choveu menos de 500 mm.
Que desmatamento havia em 1878? Que emissão de gás de efeito estufa existia em 1878? Que poluição industrial era produzida em 1878?


Então, explicar secas, que são cíclicas por natureza, com aquecimento, “Pum” de boi e outras cositas é, no mínimo, primário.

Não descarto a influência disso, mas muito mais influência tem a viagem da terra pela Via Láctea que nunca passa no mesmo lugar porque o sol também está viajando sem parar e dependendo da localização de ambos na constelação que também está viajando, as mudanças são notadas e amenizadas pela nossa atmosfera, claro.

Há também um efeito significativo do "El niño", aquecimento das águas do Pacifico pela movimentação e aquecimento do magma abaixo do fundo rochoso desse oceano.

Em 1878 quase não choveu e em 1994 quase houve um “dilúvio” no Brasil e no mundo, (Fortaleza 2.679mm) 116 anos depois e ali sim, já com poluição industrial e emissões de gases muitíssimas vezes maiores. E põe muitíssimas nisso.

Quando cito Fortaleza é porque foi, praticamente, o primeiro acompanhamento de precipitação pluviométrica implantado no Brasil.

Existe é muita ignorância presunçosa e muita falácia. Pense nisso.

08 outubro 2014

Transposição

Voltou-se a falar na transposição do Rio São Francisco, todas as matérias jornalísticas, que eu li, falam: “de controvérsia ambiental”.

Não há nada de controvérsia ambiental. O rio é o talvegue, expressão que define a área mais baixa de uma região. Onde todas as águas, obrigatoriamente têm que passar. As águas que se infiltram em toda a bacia de um rio, que não são evaporadas ou absorvidas por plantas e animais, retornam ao rio, ou superficialmente ou por percolação /lixiviamento e o rio as empurra pro mar.

O mar é salgado, não porque um navio carregado de sal, nele afundou, como me ensinou a minha bisavó. Mas, porque ele não deságua pra lugar nenhum. Só evapora. O vapor d’água não carreia o sal. Esse fica. E é por isso que o mar é salgado.

E os rios são os drenos naturais e de dessalinização de uma região. Com a transposição, o São Francisco não deixará de ser esse dreno, apenas drenará e dessalinizará outras regiões, além de levar água doce a regiões onde, durante longos períodos, não existe.

O que tem que ser feito, simultaneamente, é a sua revitalização: dragagem, em alguns pontos e refazer as matas ciliares em suas margens e afluentes.

Não adianta tentar conter á agua que cai no Nordeste porque a água não pode ser represada, totalmente. A ideia de se construir barragens sucessivas, na mesma bacia, com o objetivo de reter o excesso d’água superficial e subterrânea, na época das chuvas é, igualmente, equivocada.

Deve-se, em qualquer circunstancia, deixar que, pelo menos, dois terços da recorrência de chuvas flua sobre toda extensão da bacia até o mar. Para mantê-la dessalinizada. Sob pena de o efeito mar recair sobre todas as barragens, a começar da mais próxima da foz.

Acontece que as propriedades rurais têm donos. Acontece que as propriedades rurais, normalmente, se limitam através de rios. Rios que são os formadores de bacias. Portanto as bacias têm donos.

As leis que existem não são aplicadas e não proíbem que cada dono daquela bacia construa um açude. Se todos podem e constroem, a água não chegará ao mar. E aí, de novo, teremos o efeito mar recaindo em cada um dos açudes, a começar pelos que menos transbordam que são os últimos novamente.

É preciso que aprendamos com a NATUREZA. Agora, se não sabemos, é melhor ficarmos calado. E não inventar nada.

Eu desejo rogar uma praga maligna aos ditos ambientalistas, verdes, histéricos e a todos os que são contra a transposição do São Francisco. Tomara que a sua casa, a sua cidade e toda a sua região fique sem água potável por um mês só. Só quero 1 mês.

Quando leio sobre a transposição
do famoso Rio São Francisco,
muita gente avalia o seu risco
com aparente acuidade e precisão.

Teorias absurdas surgirão
dos verdes e histéricos ambientais,
jornalistas opinando, é demais!
Fomentando tremenda confusão

O que se passa, de fato, é leviano.
A imprensa irresponsável ou por engano,
deixando a população atoleimada.

É que sempre apareça um abelhudo.
O jornalista fala sobre quase tudo,
mas entende quase tudo sobre nada.

E. P. Lopes (O Moita)

PS: Publiquei este artigo, na Moita do Moita, em Janeiro de 2009, mas não sabia que a minha praga iria pegar em São Paulo. Perdão. rsssss

23 setembro 2013

Eleitor "Assum Preto"

ELEITOR “ASSUM PRETO”

Luiz Gonzaga, na música “Assum Preto”, relata o sofrimento de um pássaro que fora mutilado dos olhos para que passasse a cantar melhor. Seus versos ainda ecoam pelas mentes e corações nordestinos de todos os portes e tendências: “Assum preto seu cantar é tão triste quanto o meu, também roubaram o meu amor, ai, que era a luz, ai, dos óios meus”. O lam...ento mostra o sofrimento do personagem ao se ver privado da presença da amada. Segundo ele, da mesma forma que a vida impusera o furo aos olhos do pássaro “para ele, assim, cantar melhor”, também lhe colocara numa situação de dor, com a perda da mulher amada. Ambos fazem do sofrimento o combustível necessário para aprimorar a inspiração, enquanto também fazem do novo canto motivo para suportar as agruras da vida. Nenhuma penalidade, entretanto, surge para o terceiro personagem da história, o causador de tudo.

Este se esgueira pelo anonimato sem pagar pelo seu crime. Afinal, a letra deixa bem claro que alguém, na música não identificado, havia furado os olhos do pássaro. O canto também ressalta o prejuízo sentimental que alguém sofrera porque outro roubara o seu amor, “que era a luz, ai, dos óios meus”. Como se vê, esse terceiro personagem causou sofrimento e dor e, no entanto, nenhuma penalidade lhe aconteceu. Essa pérola do cancioneiro nordestino também serve de metáfora para as práticas atuais na vida política brasileira. Políticos inescrupulosos “furam” os olhos do eleitor, para que este não consiga enxergar a realidade dos seus atos, enquanto outros “roubam” os sonhos daqueles que neles depositaram sua confiança. O resultado é eleitor lamentando a cegueira na qual vem tateando há muito tempo e eleitor que teve tirado de si a luz dos seus anseios, de seus desejos perdidos e destroçados.

Políticos atuais representam bem esse personagem. À numerosa galera, ou seja, o eleitorado, os olhos foram furados. Durante longo tempo militantes de certo partido celebraram a pureza ideológica da agremiação sem se dar conta do enorme abismo que separava “as conversas pra boi dormir” da verdadeira realidade. Com raríssimas exceções, ninguém da massa, da famosa militância chegou a enxergar o mastodôntico estelionato que era praticado à vista de todos. Como descobrir o jogo se estavam todos cegos? E, como nos versos da música eternizada por Luiz Gonzaga, o pássaro com os olhos cegos canta – e canta muito melhor! O desempenho da militância era de fazer inveja aos demais partidos. A cegueira motivava inspiração toda especial. Ir às ruas, comprar camisetas, bottons e bonés do próprio bolso, além de brandir, com aguerrida devoção, os dogmas do partido, tudo era feito com cega determinação.

Aos demais eleitores sobrou também o lamento pela dura realidade. “Também roubaram o meu amor, ai, que era a luz, ai, dos óios meus”. Quanta gente no Brasil embalou seus sonhos, seus maiores anseios civis em cima das promessas defendidas por famosos políticos, não é verdade? Para muitos era como se fosse um novo amor, algo arrebatador, que lhes traria um novo país. No Brasil esse fenômeno aqueceu mentes e corações de milhões e milhões de apaixonados, de embevecidos, que creram em um novo amanhã. A eles, com raríssimas exceções, restou a descoberta da dura realidade: olhos furados de uns; sonhos roubados de outros. De palpável apenas o seguir tranqüilo do causador de tamanha decepção. Pois devagarinho, devagarinho, tal figura vai se esgueirando pelos desvãos da impunidade, deixando atrás de si o som de um forte lamento. “Assum preto meu penar é tão triste quanto o seu...”

Públio José

23 agosto 2013

Morreu Maria Preá

Existe no Brasil, e principalmente, no Nordeste um ditado aplicado à
coisas findas e resolvidas em definitivo que é; “Morreu Maria Preá”,
pois aí vai a sua origem, e em verso.

http://www.youtube.com/watch?v=SauMStuBBX0

27 junho 2013

Este artigo não é novo, mas é oportuno, novamente.

Quanto se tenta nivelar talentos, desempenhos e esforços individuais; só se consegue nivelar por baixo.  Por isso o socialismo/comunismo nunca deu certo em país nenhum de continente algum e em época nenhuma.
                                                                                                                               
                                                                                                                               

 Pessoa Lopes (O Moita)

A história do professor não é minha.

Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto seriam 'justas'. Todos receberão as mesmas notas, o que
significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um "A".

Após calculada a média da primeira prova todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina... Para sua total surpresa.

O professor explicou: "o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto o exemplo de Cuba,  Coréia do Norte, Venezuela e o Brasil e Argentina, que estão chegando lá."

1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;
2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;
4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la
5. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.



13 junho 2013

Ele era impressionante. Não errava um milímetro seque no rítmo.
Coisa que não se vê mais nos cantores de hoje.

http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/jackson-do-pandeiro/forro-em-caruaru/667456

05 maio 2013

Forró atual

Estava me preparando pra falar sobre o assunto
quando me bateu um texto do Ariano, que certamente
diz muito mais do que eu pretendia dizer.

Forró atual...

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalis...ta da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem.

Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

07 fevereiro 2013

Grandes Poetas

Todos os grandes poetas fizeram versos fesceninos,
mas as editoras e livreiros de plantão tentaram ocultá-los.
Os colégios de padres e/ou de freiras não podiam nos mostrar.
O que ocorre, de fato, é que esses versos quase desapareceram e muita gente nunca os leu.
A Moita não esconde nada; só o dono vive amoitado. rss



DELÍRIO

Nua, mas para o amor não cabe o pejo,
na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo,
fremente, a minha boca obedecia.
E os seus seios, tão rígidos mordia,
fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos,
disse-me ela, ainda em grito:
mais abaixo, meu bem! Num frenezi.
No seu ventre pousei a minha boca,
mais abaixo, meu bem! Disse ela, louca;
moralistas, perdoai! Obedeci...

OLAVO BILAC



Eu que vivia fodendo;
eu, que fodendo, vivia;
hoje vivo fudido
sem a sua companhia.

MANUEL BANDEIRA



A criação da Xoxota

Sete bons homens de fino saber
criaram a xoxota, como pode se ver:
chegando na frente, veio um açougueiro,
com faca afiada deu talho certeiro.
Um bom marceneiro, com dedicação,
fez furo no centro com malho e formão.
Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno,
forrou com veludo o lado interno.
Um bom caçador, chegando na hora,
forrou, com raposa, a parte de fora.
Em quinto chegou, sagaz pescador,
esfregando um peixe, deu-lhe o odor.
Em sexto, o bom padre da igreja daqui
benzeu-a dizendo: "É só pra xixi!"
Por fim o marujo, zarolho e perneta,
chupou-a, fodeu-a e a chamou de...
Buceta!

MARIO QUINTANA

14 novembro 2012

O Homem e o Tempo

Josué da Cruz, espírito indômito, inteligência afiada, "faísca" adiantada, criatividade saindo pelo ladrão quando fazia versos de improviso.

Vejamos um improviso dele, falando sobre a relação homem-tempo.

Há entre o homem e o tempo
contradições bem fatais.
O homem não faz, mas diz.
O tempo não diz, mas faz.
O homem nem traz nem leva,
mas o tempo leva e traz.

Josué da Cruz

22 maio 2012

Neste mundo é mais rico, o que mais rapa

Fico assistindo e lendo os notíciários.
É vergonhoso esse período que estamos passando.
Não pude esquecer o Gregório de Matos:

"Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
com sua língua ao nobre o vil decepa:
o velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
quem menos falar pode, mais increpa:
quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por Tulipa;
bengala hoje na mão, ontem garlopa:
mais isento se mostra, o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazo a tripa,
e mais não digo, porque a Musa topa
em apa, epa, ipa, opa, upa."

Comentário meu:

Esse soneto de Gregório de Matos é o que mais gosto, apesar de ter sido feito na decada 1680, continua super atual:

“Quem mais limpo se faz tem mais carepa”
(Não sei a quem ele se referia.)

“Bengala hoje na mão, ontem galorpa”
(quanto a bengala que o diga Dirceu)

(galorpa é sinônimo de plaina de carpinteiro.
ontem era o torno mecânico)

Apa = rapa, roubo
êpa = susto da gente
ipa = susto não contabilizado
opa = interjeição de satisfação quando recebiam a grana
Upa é o imperativo que se usa pra dar ordens às Mulas

15 fevereiro 2012

Desde de Setembro de 2011 que não consigo publicar nada na Moita.
Como que houve uma censura às minhas publicações.

Nunca ofendi ninguém e nem publiquei nem palavras de baixo calão. Não sei os motivos.

O formato da Moita mudou sozinho também.

Hoje estou tentando publicar alguma coisa e testando com sempre venho fazendo.

As únicas coisas que vinha fazendo eram poesias e batendo duro no PT e suas falcatruas.

Espero que não seja por isso.

Isso é só um teste.

10 setembro 2011

As flô de Puxinanã

Severino de Andrade Silva (Itabaiana - Pb, 1904 — Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1965), mais conhecido como Zé da Luz.

Itabaiana – PB, Conhecida como a Rainha do Vale do Paraíba é um fenômeno de criatividade. Pariu muitos filhos ilustres tais como: Erasmo Souto Camilo, Vladimir Carvalho, Severino de Andrade Silva conhecido como Zé da Luz, Abelardo Jurema, Mário Campelo de Andrade, Otto Cavalcanti, Luiz Francisco de Araújo, Severino Dias de Oliveira conhecido como Sivuca, Jessier Quirino, Damião Ramos Cavalcanti, Pingolença, Nilson Resende, Bastos de Andrade, Luiz Ferreira da Silva, Alceu Almeida de Aguiar e muitos outros.

Zé da Luz, se fora vivo, neste ano, teria completado 107 anos.
Vai aí minha homenagem, reproduzindo um dos seus consagrados “poema matuto”.

As flô de Puxinanã.

Três cabôca, três irmã,
três cachôrra da mulesta,
que eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Argusta.

A segunda, a Guiléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué cristão
o oiá déssa minina.

Seus ói mais paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo um tanto má feito,
mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou por eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui eu vi im Puxinanã,
qual a qui mais mi agradava.

Mas pra cumprí ca minha cruz
e prá sair desse imbaraço,
arresorví cair nos braços,
da dona dos dois cuscús!

29 agosto 2011

O Amor

Displicente, relaxado e consumido,
o amor consumado e leniente,
corroído, apressado, aparente,
esmaece conturbado, arrependido.

Não matura reformado e concluído,
transparente, concebido e assentado
no buscar intermitente e adiado
do ser renegado e esquecido.

O amor, quando amor é indubitado,
imutável, inconseqüente, inarredado,
afetado, individido e consistente.

Acabado, puramente, concebido,
moldado certamente no sentido
de imortal, eternizado e permanente.

Moita

22 julho 2011

O Brasil entrou na Lógica de Zé Sales

Zé Sales era um senhor do Assu – RN, com problemas mentais, que comprava revistas O Cruzeiro a $ 10,00 e saía às ruas vendendo-as a $ 5,00. Quando questionado a respeito dessa lógica empresarial, dizia: “Faço isso pra combater a carestia”.

Pois bem, o nosso amado e idolatrado Brasil ta fazendo a mesma coisa.

Fiquei espantado quando descobrir (confesso a minha ignorância) que o Brasil é o 4º credor da dívida externa americana, depois da China, Japão e Inglaterra. O volume dessa operação nem me interessa saber, mas deve ser muito alto já que é o 4º do planeta.

O Brasil empresta dinheiro aos Estados Unidos, através da compra de títulos do tesouro americano, recebendo juros de 2% ao ano e se endivida, internamente, através dos fundos de investimentos (DIs, LTNs e etc.), pagando a taxa SELIC de 12,5%.

O Brasil não investe, internamente, em educação, nem o percentual mínimo previsto na Constituição. Ou seja, a Presidente comete crime constitucional para poder emprestar dinheiro aos Estados Unidos a 2% e ficar tomando emprestado a 12,5%.
(Estou repetitivo por pura INDIGNAÇÃO)

Prefeituras não têm recursos para pagar os funcionários. A prefeitura de Martinópolis, em São Paulo, está pagando os salários ‘atrasados’ dos seus mil funcionários por ordem alfabética. Hilário.

Enquanto tudo isso acontece, o Brasil adota a lógica de Zé Sales.

Acho que o assunto está esgotado. Ou não?

23 junho 2011

Antigamente, no Brasil, para se ter o melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.

Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.

Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.

O que fazer agora?

A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.

No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.

Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome "PINGA".

Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de "ÁGUA-ARDENTE"

Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.

E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

(História contada no Museu do Homem do Nordeste).

Beber bem informado é outra coisa! (bricadeirinha. rsss)

17 junho 2011

Vaidade e arrogância


Por sugestão da minha querida amiga Yara Selva, este seria fabricado especialmente para as pessoas que se acham melhores que as outras. rssss

07 junho 2011

O Índio

Em 1967, vocês não eram nascidos, eu ouvi Orlando Vilas Boas dizer:
Vocês sabem o que o índio quer e deseja muito? É só uma coisa. Que nós brancos não irmos lá. Eles só querem que a gente não vá lá. É tão simples!
Mas nós insistimos em ir lá, “salvar” os Índios. Aculturá-los, desenvolvê-los, mesmo contra a vontade deles. E desenvolvê-los? Parece-me uma piada. rs

Vocês sabiam que entre os Yanomamis, por exemplo, nunca houve um assassinato? Um estupro? Um seqüestro? Um cárcere privado? Um furto? Um roubo? Nem pensar!

E depois de tudo isso ainda queremos ir lá para tentar melhorar a vidas deles.
Nós somos é um bando de bexxxtas (e com X mesmo).

06 junho 2011

Versos simples

Ao ler este belo artigo
eu comecei a sonhar.
Sonhei que fosse comigo
e pra mim o escrevinhar.
De tão emocionado,
eu comecei a chorar.

Se eu sou exagerado?
Deixe o exagero brotar.
Naquelas cartas de amor,
falo sem exagerar:
eu via seu sentimento
sem fingimento aflorar.

Ficava paralisado
quando eu as recebia
e meio anestesiado,
eu olhava e não as lia.
Com tanta sofreguidão,
na verdade, eu as comia.

Não há nada mais bonito
que o vislumbrar da flor;
tangencia o infinito,
o matiz de tanta cor.
Nada é mais confortante
do que uma carta de amor.

Até que um certo dia
ela se desencantou
mesmo com certa agonia
nosso noivado acabou
e eu deixei de receber
suas lindas cartas de amor.

Mas se quer me perdoar,
eu vou ter que resgatar
a aliança do penhor.

Moita

28 maio 2011

Não se pode exagerar

Essa histeria do PT em cima do Politicamente correto, Já ta deixando o brasileiro em polvorosa. Ninguém sabe mais o que dizer, o que declarar, o que pensar; que é o pior.

Ta parecendo com a igual histeria dos VERDES que também elegeram umas cartilhas que igualmente levam os brasileiros a não saberem mais o que fazer e/ou o que pensar.

Se há uma afro descendente gostosa na minha vizinhança; não sei mais se posso dizer: Oh! Mulata gostosa!

Se há uma trepadeira invasora no meu jardim, já não sei mais se posso cortá-la sem a culpa de ser processado pelos verdes.

Acho tudo muito histérico.

Conheço proprietários rurais em Garanhuns e Caetés – PE, (terra do Lula) que vivem mal com 1,5 hectares de terra, plantando feijão. Agora Dilma quer vetar o novo Código Florestal, aliás, muito bem discutido e elaborado por Aldo Rebelo, obrigando esses produtores a reservar algum percentual de sua ínfima propriedade para deixar o mato crescer.

Perdi a paciência. Se fora eu um daqueles agricultores mandaria a Dilma a PQP.

Enquanto tudo isso acontece e antes que censurem o Ataulfo Alves, vamos ouvi-lo.

Ouça aqui

23 maio 2011

É assim que a gente fala

A gente há de lembrar:
há diferenciação.
Porque cada região
tem seu jeito de falar.
O Nordeste é exemplar
Tem um jeito que embala
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, Tá Enguiçado
É assim que a gente fala

Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
E coisa ruim é Peba
Venda pequena é bodega
O sovina é Pirangueiro
E o que não paga é Xexeiro
Enguiçar é Dar o Prego
Lugar longe é Caxaprego
E cisco no olho é Argueiro

Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Qualquer botão é Pitoco
E confusão é Arenga
Uma disputa é pendenga
Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Homem rico é Estribado
Mulher metida - Amostrada

O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois ele é peculiar
E bonito, é Arretado
E é nosso jeito falado
Quem não entende se cala
Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Pode não ser coerente
É assim que a gente fala

Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bala é Confeito
Rir de alguém é Mangar
Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Inxirir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E caxumba aqui é Papeira

Longe é o Fim do Mundo
E garganta aqui é Goela
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo
Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar

Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado

Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente de casa é Terreiro
Dar volta é Arrudiar
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado
É assim que a gente fala

Aqui valer é Vogar
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar
Um rastro é Pisunhada
E grávida é Amojada
E pão-dura é Amarrada
Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
Mulher com medo - Acuada

Tocar em algo é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar
Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada

Alguém sortudo é Cagado
Capotagem é Cangapé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado
A sandália é Apercata
Uma correia, Arriata
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala

Perdeu a cor é Bufento
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento
Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é para negação
Nas costas, é na Cacunda

Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota
Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha

Não concordo, é Pois Sim
Tô às ordens é Pois Não
Beco ao lado é Oitão
A corrente é Trancilim
É Volta, sem o pingente
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmintir
É assim que a gente fala

A cachaça é Meropéia
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia
A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando
E quem namora Chumbrega

Coceira na pele é Xanha
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha
Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Infezado

Estilingue é Balieira
Uma prostituta é Quenga
Cabra medroso é Molenga
Um baba ovo é Chaleira
Opinar é Dar Pitaco
Axilas é Suvaco
E cabra ruim é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala

Lugar longe aqui é Brenha
Conversa besta, Arisía
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha
O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçuleta
Ficar cheirando é Fungar

Omoplata, aqui é Pá
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá
Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic nervoso é Munganga

Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Nosso lombo é Ispinhaço
Faltar aula é Gazear
Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Ingembrado
É assim que a gente fala

Um afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Pra perguntar como, é Cuma
E bicho gordo é Cevado
A calça curta é Coronha
Um cabra leso é Pamonha
E manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim

Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia
Tudo que sobra, é Bóia
E muita gente é Cambada
O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Ter um azar é Quizila
A bola de gude é Bila
Sofrer de amor, Roer Unha

Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xôxo
Quem é medroso é um Frouxo
E comprimido é Cachete
Sujeira em olho é Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca
É assim que a gente fala

Pra dizer ponto final
A gente só diz: E Priu
Pra chamar é Dando Siu
Sem falar, Fica de Mal
Separar é Apartá
Desviar é Ataiá
E pra desmentir é Négo
Quem está desnorteado
Aqui se diz Ariado
E complicado é Nó Cego

Coisa fácil é Fichinha
Dose de cana é Lapada
Empurrão é Dá Peitada
E o banheiro é Casinha
Tudo pequeno é Cotoco
Vigi! Quer dizer, por pouco
Desde o tempo da senzala
Nessa terra nordestina
Seu menino, essa menina!
É assim que a gente fala

Ismael Gaião

23 abril 2011

Ser

Quando todos dizem não, eu digo sim.
Se concordo só consigo dizer não.
Se o amar se embasa no perdão,
não perdôo e todo amor se vai ao fim.

Já não sei se existo mesmo em mim
ou se em mim o que existe é solidão.
Quando só, me povoa uma multidão
que me deixa solitário, mesmo assim.

Quando olho de volta o meu passado,
penso ser o amor reencarnado
e desembrulho as emoções dentro do peito.

Mas agora sinto um grande desalento,
construindo-me de areia com cimento;
não sei mais de que barro eu fora feito.

Moita

12 abril 2011

O "QUINTO DOS INFERNOS"

Repetido, sobejamente conhecido, antigo, porém atual.

Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.
Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto". Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.

O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam... "O Quinto dos Infernos". (Essa é a origem da expressão)
E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.

A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira chegou ao final de 2010 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para que?
Para sustentar a corrupção?? Os mensaleiros?? O Senado com sua legião de "diretores", a festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 poderes (executivo/legislativo e judiciário).

Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.

Você sabia que temos 74 impostos diferentes?
E que, de 1993 até hoje (17 anos), foram alteradas 251.328 regras e normas nesses impostos?
Foram, em média, 14.784 alterações por ano.
1.232 alterações por mês.
56 alterações por dia útil.

Ou seja, os empresários têm que passar mais tempo lendo os boletins tributários federais, estaduais e municipais do que envolvido com as estratégias do seu negócio.

Se a saída é o imposto único ou imposto cidadão ou qualquer outro apelido, eu não sei. Mas não posso concordar com esses “DOIS QUINTOS DOS INFERNOS”.

E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente!

(E esperem que ainda vem, novamente, a CPMF).

09 abril 2011

Dúbio

Se não sou o que aparento,
não aparento o que sou.
Outra pessoa eu invento
e nunca sei como estou.
Mudo de ser com o vento
nunca sei pra onde vou
ou o dilema - eu enfrento
ou não saberei quem sou.

Moita

03 abril 2011

Vila Izabel, Noel

Essa versão por si só se explica.

Clique aqui
Apesar e entretanto eu amo Noel incondicionalmente. rsss

28 março 2011

Incógnitas

A vida tem contrariado
nos mais diversos terrenos;
contraria a matemática,
produz ângulos sem cossenos.
Passa até despercebida
a soma diminuída
que um minuto a mais na vida
é mais um minuto a menos.

Moita

20 março 2011

Vento - Vida

Basta o vento bater em desalinho
pra que a vinda do vento em desalento
seja ao leme o mais temido tormento
das naus à deriva em seu caminho.

Se o vento inventa redemoinho
e iça velas que levam ao encantamento.
A calmaria desfaz, em um momento,
nos corações dos náufragos, o torvelinho.

mas decide-se virar a estibordo,
salta a vela, antagônica, a bombordo.
Parece à vida não ter mais cabimento.

Repare que o coração ainda bate.
Em qualquer mar furioso há resgate.
Basta um sopro de vida pra ser vento.

Moita

15 março 2011

Não sei se fiz o que faço
nem sei se faço o que fiz.
Não sei se aumento o passo
ou volto a minha raiz.
Fazendo o passo que faço
não passo de um infeliz.

Moita

Vou citar o autor pra atender a Ledinha. rss

13 março 2011

Comissão da Verdade

É óbvio, que a história é contada pelos vencedores. Em Cuba eles venceram e contam uma historinha aparentemente bonitinha.

Mas sabemos que Che Guevara, cultuado por jovens imbecis do mundo, era na verdade um facínora que executava pessoalmente os soldados capturados, amarrados e de joelhos com um tiro na nuca. E justificava dizendo: a guerrilha não tem como manter prisioneiros. Assassino!

Ora basta! Agora, eles me vêm com essa de Comissão da Verdade. O tiro pode sair pela culatra. A não ser que o Congresso, entupido de “esquerdistas”, apure somente o que lhe interessa.

06 março 2011

Vocês sabiam que quando a Escola de Samba Tucuruvi resolveu homenagear os Nordestinos, em São Paulo recebeu vários E-mails com ameaças? Preconceitos abomináveis e outras coisas mais?

O que seria o Brasil, sem ufanismo algum, sem esses caras. Eu poderia enumerá-los por ordem de importância e/ou por ordem de atividade. Resolvi somente citá-los, porque o Nordeste não precisa entrar em ordem alguma.

Abreu e Lima, o Conde da Boa Vista, Felipe Camarão, Henrique Dias, André Vidal de Negreiros, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Tobias Barreto, Zumbi dos Palmares, Antônio Conselheiro, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Castro Alves, Pedro Américo, Gilberto Freire, Augusto dos Anjos, Câmara Cascudo, Epitácio Pessoa, João Pessoa, João Café Filho, José Américo de Almeida, Agamenon Magalhães, Etelvino Lins, Graciliano Ramos, José de Alencar, Celso Furtado, Raquel de Queiroz, Gilberto Freire, Renato Caldas, Ariano Suassuna, Padre Cícero, Lampião, Luiz Gonzaga, Sivuca, Jackson do Pandeiro, Hermeto Pascoal, Valdemar de Oliveira, Mestre Capiba, Jota Soares, Mauro Mota, Alfredo da Gama, Renato Aragão, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Anísio, Arnaud Rodrigues, Lula e tem muito mais. Não vou conseguir citar todos.

O que seria do Brasil sem essa gente? O Nordeste, queiram ou não, foi e ainda é o berço cultural do Brasil, respeitando o Rio de Janeiro que produziu a figura maior: Machado de Assis, além de Olavo Bilac.

Respeitemos as diversidades; as diferenças. Aí seremos um país normal.

11 fevereiro 2011

RENATO CALDAS - Nasceu em Assu-Rn, a 08 de Outubro de 1902 ou 1901. Há controvérsias. Além de poeta popular, foi um homem de vasta cultura e extrema inteligência. Somente falava e escrevia errado pra fazer poesia.
O seu mais famoso livro "FULÔ DO MATO", alcançou a 16ª edição em 1984. Foi o poeta preferido de Carlos Lacerda.

Pela controvérsia, este ano poderia está fazendo 110 anos. Desejo homenagear o meu conterrâneo com uma de suas mais contumazes densas poesias matutas.

Os óios de Sinha Dona?
Ninguém pode arresistir.
Parece dois esmolé
qui só véve pra pedi.
Óios pidão desse jeito,
juro pro Deus, nunca vi.

Às vez, eu penso, Sá Dona,
quando óio pra vancê:
qui mecê tá é cum fome
e vergonha de dizê...
Eu tenho aquela vontade
de me virá em cumê.

Mas, tenho mêdo, Sá Dona,
qui seja tapiação;
pode mecê num tê fome
e fazê judiação:
pegá, amassá, mordê
e adespois largá de mão.